20 fevereiro 2012

A história de Abelardo e Heloísa

Bem,...a alguns anos atrás eu assisti o filme Em nome de Deus.O filme é uma produção de 1988, e é de gênero drama e romance.A história se passa na Franca medieval,e é uma das histórias de amor mais lindas e mais trágicas que se tem noticia .Mais antiga até do que Romeu e Julieta de Shakespeare. Essa tarde aproveitei pra ler um livro que tinha comprado a tempo,mas que ainda não tinha lido  Correspondência de Abelardo e Heloísa(Imagem abaixo)








Pra quem não conhece a história de Abelardo e Heloísa,vou contar um pouco do que sei sobre a paixão e tragédia que marcaram essas duas pobres almas.


"Amar, é morrer aos poucos, mas não amar é o purgatório em vida"– Stealing Heaven


A história de Abelardo e Heloísa é muito antiga, anterior a Romeu e Julieta, do século XII para ser mais precisa na prospera cidade medieval de Paris, França. Pierre Abélard (1079-1142) foi teólogo e filósofo francês, nascido em Le Pallet, perto de Nantes, considerado um dos maiores intelectuais do século XII com especial importância no campo da lógica, e precursor do racionalismo francês. Filho de um militar foi discípulo de Roscelino de Copiègne e de Guilherme de Champeaux em Paris e de Anselmo de Laon (c.1070-1171). De vida atormentada e irrequieta, depois de algumas tentativas de ter sua própria escola a partir dos 22 anos, foi professor na Escola de Notre-Dame (1114-1118), primeira universidade livre da França, onde combateu as idéias de Guilherme, obrigando-o a modificá-las. Abelardo havia sido transferido recentemente e nomeado professor pela Escola Catedral de Notre Dame, tornando-se, em pouco tempo, muito conhecido por admirar os filósofos não-cristãos, numa época de forte poder da Igreja Católica. Foi nessa época que começou sua ligação amorosa com sua aluna de nome Héloise (1100-1164), sobrinha do cônego Fulbert, de desastrosas conseqüências. Após se apaixonar e casar secretamente, Heloísa acabou engravidando, e para evitar aquele escândalo, Abelardo levou-a à aldeia de Pallet, situada no interior da França. Ali, Abelardo deixou Heloísa aos cuidados de sua irmã e voltou a Paris, mas não agüentou a solidão que sentia, longe de sua amada, e resolveu falar com Fulbert, para pedir seu perdão e a mão de Heloísa em casamento. Surpreendentemente, Fulbert o perdoou e concordou com o casamento. Ao receber as boas novas, Heloísa, deixando a criança com a irmã de Abelardo, voltou a Paris, sentindo, no entanto, um prenúncio de tragédia. Casaram-se no meio da noite, às pressas, numa pequena ala da Catedral de Notre Dame, sem nem trocar alianças ou um beijo diante do sacerdote. O sigilo do casamento não durou muito, e logo começaram a zombar de Heloísa e da educação que Fulbert dera a ela. Ofendido, Fulbert resolveu dar um fim aquilo tudo. Contratou dois carrascos e pagou-os para invadirem o quarto de Abelardo durante a noite e arrancar-lhe o membro viril  foi atacado e castrado por ordem do irado tio.
Após essa tragédia, Abelardo e Heloísa jamais voltaram a se falar. Ela ingressou no convento de Santa Maria de Argenteul, em profundo estado de depressão, só retornando à vida aos poucos, conforme as notícias de melhora de seu amado iam surgindo. Para tentar amenizar a dor que sentiam pela falta um do outro, ambos passaram a dedicar-se exclusivamente ao trabalho. Apenas trocavam cartas apaixonadas. Depois disto ele se tornou monge no mosteiro de Saint-Denise, onde continuou lecionando, e ela freira em um convento de Argenteuil, onde se tornou uma das mulheres mais famosas de sua época. Após o infeliz castigo, mesmo como monge, ele não deixou de ser polêmico e colecionou atritos com outros religiosos como bispos e até mesmo com seus colegas monges, criando muitos inimigos. Morreu na prelazia de Saint-Marcel, perto de Châlons-sur-Saône, onde viveu seus últimos dias de vida.
Abelardo morreu em 1142, com 63 anos, Heloísa ergueu um grande sepulcro em sua homenagem, e faleceu algum tempo depois, sendo, por iniciativa de suas alunas, sepultada ao lado de Abelardo. Conta-se que, ao abrirem a sepultura de Abelardo, para ali depositarem Heloísa, encontraram seu corpo ainda intacto e de braços abertos, como se estivesse aguardando a chegada de Heloísa.

tumulo de abelardo e heloisa no cemitério Pére Lachaise 

Fujo para longe de ti,
evitando-te como a um inimigo,
mas incessantemente
te procuro em meu pensamento.
Trago tua imagem em minha memória
e assim me traio e contradigo,
eu te odeio, eu te amo."
Carta de Abelardo a Heloísa.

"É certo que quanto maior é a
causa da dor, maior se faz
a necessidade de para ela
encontrar consolo, e este
ninguém pode me dar, além de ti.
Tu és a causa de minha pena,
e só tu podes me proporcionar conforto.
Só tu tens o poder de me entristecer,
de me fazer feliz ou trazer consolo."
Carta de Heloísa a Abelardo


 Trecho de uma das cartas  de Abelardo a Heloísa

Abelardo:

Sob o pretexto do estudo, passámos horas de felicidade amorosa, e a aprendizagem deu-nos a secreta oportunidade que a nossa paixão perseguia. O nosso discurso era mais o do amor do que o dos livros que jaziam abertos ante nós; os nossos beijos ultrapassaram largamente as nossas palavras razoáveis. As nossas mãos procuravam menos os livros do que os peitos um do outro, e o amor mantinha muito mais os nossos olhos juntos do que a lição que emanava das páginas do texto.

De modo a não alimentarmos a suspeição, havia efectivamente interrupções e suspiros, mas era o amor que estava na sua base, e não a zanga; eles não eram uma manifestação de uma ternura que ultrapassava a doçura do bálsamo mais flagrante.

O que se seguiu? Nenhum grau do progresso do amor foi deixado de lado pela nossa paixão, e se o amor podia imaginar qualquer maravilha ainda desconhecida, nós lançamo-nos na sua descoberta. E a nossa inexperiência de tais delícias tornaram-nos ainda mais ardentes na perseguição de uma sede inextinguível.

Tal desmesurada paixão absorvia-me mais e mais, e levava-me a devotar cada vez menos tempo à filosofia e ao trabalho da escola. De facto, ir à escola e lá ficar, tornou-se algo profundamente detestável. E o trabalho, do mesmo modo, tornou-se um fardo, uma vez que as minhas noites eram vigílias de amor, e os meus dias vigílias de estudo. As minhas aulas tornaram-se profundamente descuidadas e sem chama.

E não demorou muito a que Heloísa não ficasse grávida, e disso me desse notícia na maior das excitações, ao mesmo tempo que inquiria o que fazer. E foi nessa sequência que numa noite de ausência do seu tio realizámos o plano por nós acordado, e a levei sem demora e secretamente da sua casa para o meu próprio condado, onde Heloísa permaneceu com a minha irmã até ao nascimento do nosso filho, a quem ela chamou Astrolábio.

Quando o seu tio e os seus próximos souberam de tal, convenceram-se de que eu a todos traíra e que me quisera ver livre de Heloísa, forçando-a a uma vida religiosa de freira. E furiosos traçaram um plano contra mim, e uma noite, enquanto eu insuspeitamente descansava, entraram nos meus aposentos, com a ajuda de um dos meus criados a quem subornaram, e praticaram em mim a mais cruel das vinganças, cortando aquelas partes do meu corpo com eu realizara aquilo que se tornou a causa de todas as minhas mágoas.


Trecho da Carta de Heloísa para Aberlado:

"É certo que quanto maior é a causa da dor, maior se faz a necessidade de para ela encontrar consolo, e este ninguém pode me dar, além de ti. Tu és a causa de minha pena, e só tu podes me proporcionar conforto. Só tu tens o poder de me entristecer, de me fazer feliz ou trazer consolo."





beijos,

Any ;)

14 fevereiro 2012

Sometimes

Tudo é efémero nessa vida,tudo passa!Acho que a única coisa que não passa,são os sentimentos e os sonhos. "Sometimes"(algumas vezes no inglês) é preciso ter muito "saco" e paciência para digerir os "times" da vida rsrs,esses versos que fiz,mostra um pouco disso.Boa leitura :)

Algumas vezes é preferível viajar
contar
navegar
falar
espreguiçar

Algumas vezes me acho perdida
e quero apenas ficar sozinha
algumas vezes canso também
algumas vezes aprendo
mas às vezes desaprendo

Não quero ficar nesse some time?!
Preciso escolher,preciso viver
preciso resolver,preciso...
Preciso,preciso...preciso do impreciso
Mas nem quero isso

Estou vivendo o meu some time
Vamos correr?
Por que tem tudo que ser certinho,quem nem os números?
Sim,eles ficam um atrás do outro,organizadinho
O mundo nos espera,mas o time não!

A vida nos espera
a aguá da chuva em teu paraíso espera minha presença,pra tocar a minha pele
e eu só queria ver o por do sol se por na minha frente,retrato de Deus em meus olhos
ahh...isso é some time!
some time de primeira

Viver a eternidade de amor,de paixão,de calor...de vida
Cadê a poeira do asfalto?Cadê o grito das crianças?Cadê a dor mais dolorida?
Em meu sometime,o summer time é a diversão preferida
Conquistar mundos,conquistar mares nunca antes navegados...
eu quero!Será que posso?será que consigo sair desse sometime?

Dúvidas malditas!
Hipocrisia de alma,...ainda tem tantos sometimes,..
músicas,flores...
indecisões,é tanta coisa!
é pouco sometime, pouquíssimo time.

Tão pouco pra se amar,na relva,no mar,no ar,no clarão da noite ou no luar...
é pouco pra ser notório a presença da sombra,da sombra de nossa dignidade
do ser admirável...engana-se quem pensa que é muito.
é apenas um sometime,que faz tic-tac.
ah sometime!

Any Miranda