22 janeiro 2011

Silêncio


Bom pessoal,eu sempre vou tá postando algumas das minhas crônicas e versos aqui,de minha autoria.Essa é a primeira de muitas,espero que gostem e possam reflitir nas palavras e frases,essa ja tem um tempinho que escrevi,achei hoje ela bem guardada num caderninho de 2003.Abraços da Any ;)

Silêncio
Sem idéias,sem vontades,era dessa forma que o homem deitado na cama e olhando para o teto se sentia.O mesmo impeto de viver,perguntava-se como será que está o dia lá fora?Perto de sua perna o celular vibrava,odiava os toques "bizarros" do aparelho,os únicos toques que lhe agradavam ultimamente eram os silenciosos!E mesmo assim,custava-lhe a atendê-los.Mas enfim,o moderno aparelho vibrou trocentas vezes antes de ele atender,sabia que era do escritório,e sabia ainda mais que estava atrasado.Seu chefe do outro lado da linha falava com mistura de ódio,autoridade e totalitarismo.Mas as palavras chegavam,e chegavam e ficavam vagas na cabeça do homem.
Desligou o celular,levantou da cama e olhou pela janela,morava no décimo terceiro andar do prédio Isadora Ducan,o sol brilhava como nunca,as pessoas lá embaixo corriam,corriam e andavam,os passáros voavam,mas os carros buzinavam.O céu era completamente "blue",muito mais bonito que a neblina cinza e mal cheirosa que exalava na rua principal onde estava localizado o elegantíssimo prédio. Ficou a olhar para toda essa paisagem,mas nada parecia mais sem ideologia que seus olhos atentos.Parado pensando,o mundo está sem idéias,sem ideologias,sem vida,sem amores,sem "estradas" para sonhos.Esse era o pensamento do homem,como crianças sem proteção,abrigos sem telhados,sem curas para feridas.A cicatriz está aberta!
Cotidiano de um homem de 32 anos,com barba cerrada,olhos ávidos e tristes,cabelos que se dividiam entre duas entradas,herança genética de seu pai,a única herança que esse deixará.Casa e escritório era a vida dele,sentia sim a falta de uma mulher,de uma pele macia,mais isso se resolvia facilmente no cabaré da esquina,se resolvia...mas o vazio continuava,e invadia-lhe o peito toda manhã,lentamente,com manha,e vinha sem bater na porta.Esse era o cotidiano.
Tomou banho,fez a barba,tomou seu café,pegou sua bolsa e partiu,com passos pesados e distantes,as pessoas passavam,iam e vinham,apenas ele ia,ia e ia,entre tantas fumaças,carros e gritos de apenas mais uma cidade.

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