15 junho 2012

Kill Bill

A um tempo atrás eu disse que ia fazer uma resenha sobre o filme Kill Bill, uma obra prima de  Tarantino. Pois bem, chegou o dia, esse é para os que não enjoam de ver esse filme como eu :)


Bem feito e bem estruturado, o filme é uma mistura de gêneros, mas em nenhum momento perde a sua originalidade. Visualmente concebido como uma homenagem aos filmes de artes marciais produzidos na China nas décadas de 60 e 70, o filme consegue manter seu nível do primeiro minuto até o final da projeção.









No filme, Uma Thurman é A Noiva, quinta parte de um grupo de extermínio chamado "As Víboras Mortais". Logo no início do filme, A Noiva encontra-se arrebentada no chão – ela é deixada à beira da morte pelos colegas de profissão e pelo noivo (Bill, o chefão) dentro de uma capela no dia do casamento. Grávida e com uma bala em sua nuca, A Noiva entra em coma. Quatro anos mais tarde ela acorda, querendo uma fria vingança a todos que quase a mataram.
Uma Thurman está espetacular, em sua melhor atuação, ela consegue convencer o público de sua angustia e raiva, e mostra o seu porte fisíco pra lá de malhado.
A grande sacada de Tarantino é utilizar uma trama primária resgatando um estilo primário de cinema, os filmes B orientais de luta. "Kill Bill, vol. 1" é uma obra-prima de fotografia, releitura cinematográfica, trilha sonora e de roteiro. O filme é perfeito até os mínimos detalhes e é impossível não se envolver com a história de vingança da "Noiva".
Há curiosidades que percebemos ao assistir o vol.1: a primeira delas é que o próprio Bill nunca aparece. Só ouvimos sua voz em alguns momentos e sua mão direita aparece brevemente. Outra é o nome verdadeiro da Noiva. Toda vez que é citado, um bip encobre o som e não conseguimos identificá-lo. Uma dica é prestar atenção na passagem aérea quando a Noiva vai para Tóquio e/ou Okinawa.













Influências



Toda a história de Kill Bill - uma mulher que busca vingança de um grupo de pessoas, marcando-as em uma lista e matando um por um - é adaptado do filme japonês de 1973 Lady Snowblood, no qual uma mulher mata a gangue que assassinou sua família. O jornal britânico The Guardian comentou que Lady Snowblood foi "praticamente um modelo para todo o Kill Bill Volume 1".
O enredo é bastante semelhante ao filme A Noiva Estava de Preto (1968), de François Truffaut, no qual cinco homens tornam uma jovem viúva no dia de seu casamento. Ela quer vingança, matando metodicamente cada um dos cinco homens usando vários métodos.
Kill Bill presta homenagem ao western spaghetti, blaxploitation, "wuxia" chinês e filmes japoneses de artes marciais, e filmes de kung fu dos anos 60 e 70. Este último gênero, que foi produzido em grande parte pelos Shaw Brothers, é dado como óbvio pela inclusão do logo Shaw Scope logo no começo de Kill Bill: Volume 1.
Um influente filme de exploração que Tarantino mencionou em entrevistas é o sueco Thriller - En Grym Film, lançado nos EUA como They Call Her One Eye. Tarantino recomendou que a atriz Daryl Hannah assistisse o filme para se preparar para seu papel como a assassina de um olho Elle Driver.
A série japonesa de mangá e filmes Lobo Solitário e Filhote são ecoadas nos personagens de A Noiva e sua filha. A versão de compilação americanizada de Shogun Assassin, é na verdade vista pelas duas personagens.
A citação "Vingança é um prato que se come frio" (sendo atribuído como um antigo provérbio klingon, em referência a Star Trek II: The Wrath of Khan) no começo do Volume 1, foi substituída por um tributo ao cineasta japonês Kinji Fukasaku:
Este filme é dedicado ao principal cineasta.
Kinji Fukasaku 1930-2003

É um excelente filme! Preparem a pipoca e Assistam ;)


Any

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